quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Vagamente...

Mas porque é que...
Outros ocupam o que é nosso!
Repentinamente passamos a ser nada,
Riem-se do bem dos outros...
Outrora imaginaram este futuro?

Paro e deixo-me estar,
Outra vez, a ver o que surge...
Respiro pura e tranquilamente

Tão rápido se ganha o que não queremos,
Inquieta-nos tanto o que não somos

1 hora é... tempo.
7 minutos são vida!

Porque Muito Riso Satisfaz Decidi Guardar-te Constantemente

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

14...

Parece que só falo por números, e por eles traduzo tudo o que faço. Quero ter-me de volta, sem compromissos, sem ninguém a chatear-me, sem nada para fazer... mas fazendo tudo! Que mudança radical levou a minha mentalidade... que choque sofri para mudar para melhor e, nem sei onde parei.
Já não posso fazer nada do que quero, quando quero ou onde quero, mas porque sinto diferença se foi sempre assim que aconteceu? Realmente, quando enfrento a realidade, custa olhar para trás e ver um vazio enorme sobre o que fiz, sobre o que podia ter feito, sobre tudo o que nunca poderei voltar a fazer!!!
Quero calma, quero tempo para pensar, e quero, a cima de tudo, tempo para o que me faz feliz...

Depois de mais uma visita ao hospital percebi, novamente, uma coisa importante: quem me quer bem está lá sempre, apoiando, dizendo algo, dando um carinho... quem está por obrigação traduz o seu estado de espírito na mais pequena acção forçada que faz, e no acto do desespero que liberta quando a ansiedade é demasiada!
estou sempre a dizer o mesmo, mas não me canso... sei que é esse o meu limite, sei que é esse o meu ponto de partida. Na vida não podemos realizar sonhos, não podemos ser quem queremos ou, muito menos, fazer aquilo que achamos melhor para nós e para os outros; Tomamos opções, fazemos!!! Agarramos a corda e puxamos o barco. Não nos ficamos por uma mera intenção, não nos ficamos por um fútil desejo de algo... Fazemos!
Até hoje, sem perceber porque, sempre deixei que escolhessem por mim, e agora arrependo-me imenso disso... não tive o que devia ter, não vivi o que devia ter vivido, mas pior do que isso, agora não tenho nada , NADA!

Porque? Com medos, com precauções, com preocupações de não fazer sofrer os que, de mim, gostam. Podia ter morrido? Sim... Podia ter magoado alguém? Não... Porque não o fiz? Porque sempre fui o pateta que ainda hoje sou, incapaz de dizer "não", incapaz de bater o pé até ao ultimo esforço! O culpado de tudo isto fui eu, só eu e mais ninguém... sempre tive tudo o que quis, sempre tive o que pensei fazer-me feliz, e agora vejo-me no meio de tantas cascas e não consigo encontrar um pouco de sumo entre elas, nem uma goticula que me faça mudar de ideias e encarar as coisas de forma diferente :'(
Dizem que com os anos começamos a gostar de tudo... e exactamente ao contrário, a meu ver: com os anos vamos aprendendo a dizer não, e negamos aquilo que queremos, graças à liberdade que vamos adquirindo... apesar de, ainda, te muito pouca, apercebo-me de coisas que fiz e de acções que cometi que só mereciam uma coisa: serem apagadas !!!

Sempre o medo a comandar, sempre a diferença a imperar sobre mim. Nunca tinha sido capaz de olhar as coisas nos olhos, com seriedade, e de programar o que quer que seja com mais de2 dias de antecedência... Sempre a viver no limite, no fio da navalha, mas com tudo controladinho, com tudo no seu devido lugar.
FARTEI !!! Quero mudar, quero, essencialmente, que me deixem mudar! Vivi estes anos todos sobre a ideia de que tinha que ser bom para que as pessoas me olhassem de forma carinhosa, de forma compreensiva... e que ganhei com isso? Pontapés e "obrigados" (muito poucos), que no fundo eram cínicos e sem sentido. Não passavam de uma obrigação, de uma coisa que entrou na rotina... (quando alguém, que me ajuda a estacionar o carro num parque de estacionamento, me vem alguém pedir uma moeda para o café a minha atitude é dar-lhe uma, nem muito grande, nem muito pequena, com receio de que me faça "mal ao carro, e no fim esboço um "obrigado"...sentido? muitas das vezes nem por isso)
É a mesma coisa,sempre foi e sempre há-de ser a mesma coisa. Enquanto vivermos sobre uma hierarquia social nunca mudará nada, nunca poderemos passar, justamente, por cima do nosso "superior". Porque? É, e 100% dos casos, certo que não sabemos tanto como ele? Não... é simplesmente o facto de ser mais velho, e de pensar saber o que é bom para nós. Dinheiro, bens materiais, acções... quais quer que sejam tudo junto caminha para um fim! Mais tarde ou mais cedo lá nos bate ele à porta, lá iremos nós para outra fase da vida!

Hoje faz um ano, e desde esse dia tudo mudou, para mim... comecei a ser mais consciente, mas ao mesmo tempo menos preocupado e mais desleixado com tudo. Raramente tinha deixado algo por fazer, raramente me esquecia das minhas obrigações, raramente faltava aos meus compromissos... o protocolo estava estipulado para mim, e eu cumpri-o até ao fim, como pude, como soube, cheio de opiniões externas que me davam mais de "mau" do que de "bom". Fui bom para alguém? Não sei, pois até hoje ainda ninguém se dirigiu a mim e disse: "Foste bom para mim, obrigado pelo que me fizeste..."
Sinceramente nem sequer o espero de ninguém, nem sequer o procuro. Fiz o que tinha a fazer, fiz o que achei melhor fazer, e agora vejo que fiz mais do que o que devia! Fiz mais por alguém do que devia ter feito alguma vez na vida toda...! Só consigo tirar uma conclusão de tudo isto... sou um chato do pior que não se cala, que continua com a sua personalidade forte bem vincada lá dentro, mas que... se fartou de viver para os outros, e agora quer viver apensas e só para SI!!! Apenas e só para o que "quer fazer" e não "ir fazendo"... Farto de tudo, farto de todos...até de mim! Fiz tão bem que até me chateia... fiz sempre tudo tão direitinho que até me mete nojo o que fiz... levei sempre tudo dentro do paninho, embrulhado, com medo de parir algo... Agora quero partir, partir para uma nova fase e magoar, e fazer sentir dor, e fazer sofrer quem levou tanta alegria e tão bem de mim!
Vou ser encarado de forma diferente do que sinto, mas nada de mais... sempre o foi, sempre o será! Sempre, se não o mudar entretanto, para melhor ou para pior... assim não dá, não consigo viver no meio de dois mundos, de duas realidades completamente diferentes, completamente distintas, mas com um objectivo em comum: Felicidade...
O mesmo objectivo, dois modos operandis tão distintos... só tenho uma cabeça, não faço clonagem quando quero! Quero-me a mim, quero aquilo que me faz viver... não quero que me vão matando mais ainda que o que estou.
Por muito difícil que seja perceber isso, por muito complicado que seja negar o que se é... é contigo que eu estou bem, e morro mais um pouco, vou abaixo, sempre que penso no seguinte dia em que não vou estar contigo, em que não te tenho ao meu lado :'(
Podia dizer que sem ti estava melhor mas nunca fui mentiroso, não o vou ser agora... os princípios mantêm-se iguais, as atitudes mudam radicalmente! Menos outros, Mais EU!!!

(Fico feliz, 1 ano cheio de coisas muitíssimo más, mas com algumas estrondosamente boas, como nunca tinha tido... Canininha <3 )

sábado, 4 de dezembro de 2010

Será assim?

Verão de 2012... uns dizem ser antes do fim do mundo, outros dizem ser mais uma fase desta nova Era.

Para mim, eu quero que seja o inicio de uma nova fase, de um novo começo, contigo!
Se a situação se mantiver até lá, se tudo correr como corre, vai haver uma mudança brutal na nossa maneira de pensar e de agir... vamos ser Um!

Até lá, resta esperar e aproveitar bem o que ainda temos pela frente... <3

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Está na hora...

O desejo de marcar mais uma passagem foi despertado... a forma mais fácil de o fazer é escreve-lo num sitio onde seja impossivel apagar - no coração!
Levo dias e dias a tentar ver o que lá escrevi, a tentar decifrar aquelas letras fanhosas que enchem páginas e páginas, para ver se ainda há algo que me desperte a memória... quando toda a gente diz: "Vai, tu és capaz disso e muito mais..." e dás um passo e o pé escorrega! quando se nega a ajuda, quando se nega tudo o que somos, quando não nos conhecemos... já nada faz sentido! pensar que, na vida, já se fez tudo é comum, e "não tens vontade de experimentar mais nada amor?" - NÃO !!! Aquilo que tenho na minha mão chega para me sentir feliz, e quando não chegar eu faço que chegue! na ansia de querer sempre mais já me/te magoei... e se a dor é forte por fora, por dentro não se consegue aguentar. Quando lá fica presa, e não tem forma de sair, a única maneira de a deixar é arranca-la... quando está quase a dissolver-se, no meio de coisas boas, vem sempre mais alguma que a faz avivar! a última sardinha é que carrega o burro, e o burro albarda-se à vontade do dono? se o burro for inteligente e se derrear... não leva mais carga!
É altura de traçar um rumo, de assumir uma responsabilidade, e de encarar os problemas como estes o pedem... habituado a ver sempre as horas como se nunca significassem nada, agora passarei a vê-las como uma contagem. Um dia saberei o que é que elas contam... e nesse dia estarei, sem dúvida, ao teu lado, como sempre imaginaste, como sempre quizeste, como sempre conhaste!

sábado, 13 de novembro de 2010

Um pouco... marca a diferença

Não sei muito bem como começar a escrever, nem sei bem o que estou a escrever... Algo mudou, e para pior, desde que me tornei “músico” de verdade, ou pelo menos, desde que moldei os meus hábitos de vida.
Bem, não escondo que me sinto um pouco frustrado por todas as mudanças que fiz, mas também não posso esconder a felicidade que tenho no que ganhei, por mudar. Perdi muito de mim, nomeadamente um pouco da minha vida pessoal... um pouco dos meus hábitos, um pouco do meu espaço. Em compensação, ganhei algo extraordinário: um AMOR! Quase como caído do céu, tive a oportunidade de experimentar algo que, por muitos anos, pensei ter mantido contacto. Dizem que os grandes amores vêm de grandes ódios, e, de certa forma, até há alguma razão no centro da expressão. Penso que, depois de todas as mudanças que fiz, posso afirmar que era mesmo necessário faze-las.
Ao longo dos últimos anos tenho pensado em escrever uma espécie de relato de toda a minha vida, mas nunca me senti muito preparado para o fazer, pois o meu prazer por ler livros, por escrever um texto, ou por escrever um poema só é despertado quando me dá aquela vontade enorme de escrever uma música para alguém muito querido, ou então para me mostrar a mim mesmo como estou naquele momento e como me sinto tão apagado! Na semana passada senti uma forte convicção dentro de mim, que me fazia sentir-me capaz de escrever, finalmente, o que sempre quis dar a conhecer: uma história, maravilhosa ou horrenda, mas sobretudo a “Minha” história! Como se costuma dizer, uma imagem vale mais do que mil palavras, mas um testemunho de vida vale mais do que um milhão de imagens.
Bem, já passei um pouco de tudo: passei bem, passei mal, passei modestamente... já senti a vida de várias formas! Já a vi à minha frente, já a vi por trás, já a senti muito longe e já a tive pertinho de mim. Sempre me lembro de ser o que sou, mais coisa menos coisa... sempre mal disposto, desde que me lembro!
Antes dos 11 anos, pelo menos assim de repente, não tive momentos que me marcassem de tal modo ao ponto de recordar perfeitamente. Com esta idade tudo mudou para mim...no dia 28 de Julho de 2002. Ambos foram anos de capicua, tanto os meus 11 anos como o ano de 2002, mas com pequenas/grandes diferenças. O ano de 2002 não me diz nada, nem sequer reconheço nada, actualmente, que identifique esse ano por um feito estrondoso de alguém! Pelo contrário, 11 mudou para 11! Inverteu a ordem dos números mas, apesar de o resultado final ser igual, para mim não foi! Inverteu-me, completamente, a vida. Estava a caminhar numa direcção e inverti completamente o seu sentido. Fui obrigado a trocar algumas coisas que gostava de fazer por algumas que me faziam bem. Foi esse o grande marco que delimitou as minhas duas estremas: antes e depois, e de quê? Bem, antes de saber o significado de uma sigla – AHAI.
Anemia Hemolítica Auto Imune – esta grande preocupação que passou a fazer parte de mim, quer pense nela, quer a ignore. Esta foi a causa da tamanha mudança na minha vida, mas não a única que me fez mudar: mais tarde, novamente tocado pela “sorte”, descobri outra anomalia no meu sistema imunitário. PTI – Purpura Trombocitopénica Ideopática! Mais três nomes, não muito comuns, mas com os quais se vai vivendo, uns dias melhores, outros piores, à espera que, talvez um dia, se descubra de onde veio mesmo isto e se consiga curar de vez. Para mim não há cura para isto, há tratamento. São coisas diferentes, muito diferentes, quando se trata de um assunto tão delicado, tão sensível.
Toda esta história não fazia grande sentido sem que pelo meio houvesse algumas coisas que me marcassem mais ainda! O meu problema com as probabilidades é enorme, mas não no âmbito da matemática em si: é no âmbito da sorte com os assuntos que as envolvem. Possibilidade de síndrome numa pessoa em cada milhão – onde estou eu? No único afectado; probabilidade de “cura” de 95 pessoas em cada 100 que fazem operação ao baço – Onde estou eu? Nos 5 que ficam de fora; probabilidade de 95 pessoas em cada 100 ficarem afectadas, pela positiva, ao serem submetidas a um tratamento com imunoglobulina – Onde estou eu? Nos 5 a quem não acontece nada. Há mais que agora não me recordo, nem é bom pensar nelas.. só me faz sentir mais único, mais especial, e mais diferente de toda a gente que me rodeia.
Ao ver-me deparado com tantos problemas decidi “traçar” um rumo para a minha vida, e nesse rumo inseri algumas proibições que, pelo que li, me fariam bem. Entre elas está o facto de não fumar nem beber bebidas alcoólicas, pois tanto uma como a outra enfatizavam a destruição de glóbulos vermelho e plaquetas. Não sei se o que li é verdade, não sei se o que faço é bom ou não... se calhar estou a perder parte de uma diversão que é comum à maioria dos jovens da minha idade, mas até hoje ainda não consegui descobrir se é felizmente ou infelizmente que não posso beber nem fumar! Sempre que vejo algo relacionado com isso ponho-me a pensar e o que tenho a perder é muito superior ao que tenho a ganhar.
Agora, pensando no que nos chega geneticamente, vejo que sou um pouco parecido e diferente, ao mesmo tempo, dos meus familiares. Todos eles têm personalidades muito fixas, muito rígidas. Todos têm os seus ideais e fazem tudo para os alcançar. Todos têm, de uma forma ou de outra, um sonho que vão concretizando ao longo da vida... eu não me sinto assim! A minha personalidade forte foi substituída por um sentido de argumentação, um tanto ou quanto, mais desenvolvido do que o normal; sou uma pessoa que se quebra e vai abaixo muito facilmente; o sentido negativista está sempre presente, mesmo que não seja essa a minha vontade; basicamente, tudo isto se resume: prefiro "ver feliz "do que "ser feliz"! Cheguei a uma dimensão das coisas em que já não consigo voltar para trás e parece que estou sempre com a mesma ideia na cabeça – procurar o momento em que vou “aterrar” de novo! Estou sempre à espera que o tempo passe até chegar ao dia em que vou sentir mais dificuldades, em que me vou sentir pressionado para fazer algo... Sempre trabalhei sobre pressão, aliás, só assim é que trabalho com segurança, for o que for o trabalho. É ridículo, alguém que se vai abaixo tão facilmente procurar fazer sempre tudo em cima do joelho, mas o que e certo é que esse “em cima do joelho” me pressiona de tal forma que faço o trabalho mais bem feito do que se estiver um ano a trabalhar para ele! Há uma série de coisas que não estou a conseguir controlar neste momento, mas há uma que me preocupa imenso – aquilo que sinto! Estou a sentir neste momento o que deveria estar a sentir daqui a uns 3, 4, 5, 10 anos (quem sabe), na altura do meu casamento. Estou a sentir-me de tal modo “agarrado” a alguém que não consigo largar, não me consigo separar. O sentimento que se gerou entre nós é de tal modo grande que me fez mudar muitas ideias, muitos preconceitos, muitos ideais... e não é errado! Se todos nós fizéssemos isso não haveria tantas discussões, tantos desacertos entre duas pessoas que nutrem o mesmo sentimento. Há quem me diga que isso é um mau hábito, o estar sempre com ela, o fazer tudo com ela... será? Se não se passar tempo juntos como nos havemos de conhecer? Se não se gerar uma certa rotina como haveremos de confiar? Se não criarmos hábitos “iguais” aos dois como é que um dia podemos sonhar num acordo?
É sobre isto que ando a pensar há muito tempo... Chegará o dia em que estarei a acabar o curso, e ela ainda estará cá a estudar. Ficaremos mais distantes, mas não haverá uma forma de amenizar isso? Sim, há, e a ideia até é muito simples! Pegando no meu pensamento de há uns meses, fazer dois cursos, é simples e muito eficaz, mas na minha perspectiva não será o mais aceite por parte de alguns! A música não é o mundo que alguém um dia escolheu, é sim UMA OCUPAÇÃO QUE UM DIA SE TORNOU RENTÁVEL, mais para uns, menos para outros. O que é que ando a fazer numa banda de bailes? Ganho dinheiro sim, mas não tenho vida pessoal, não tenho o meu tempo de férias na devida altura, não tenho o que uma pessoa normal tem! Acho que já chega a diferença que tenho de todos os outros... não quero ser diferente ao ponto de deixar a minha namorada em casa, passar um mês quase seguido a tocar e vê-la um mês mais tarde! Onde é que se vê alguém da minha idade conciliar trabalho, escola, entre outras coisas, para se ganhar algum dinheiro quando se tem em casa pais que lhe dão tudo? Se calhar foi e é esse o problema! Sempre habituado a receber tudo, sem o mínimo esforço... e agora deita tudo a perder. A preocupação tem limites, assim como tudo na vida! A única coisa que não tem limites é o AMOR, mas até nele estão a mexer...! Não consigo viver com a ideia de ter que passar uma semana longe de quem amo, quando passar um fim de semana já é um sufoco! Não consigo pensar sequer na ideia de ter que passar o verão sem poder ir de férias com ela, novamente! Parece que se levanta outra ideia: quanto mais tenho mais quero. Mais uma vez pergunto, será errado? Quem não ambiciona um dia ter o seu maior desejo realizado? Quem não ambiciona um dia ter a sua vida melhor do que nunca? Eu tenho-a agora, e a cada dia que passa, apesar de sentir que vou ter que ultrapassar muitas mais barreiras, que todas as que ultrapassei foram muito pequeninas, sinto que é melhor, mais verdadeira, mais justa, e sinto-me mais capaz de a enfrentar! Se há coisa que nunca faço é entrar num “desafio” em que saiba à partida que vou sair derrotado, ou que não vai servir para alcançar nenhum objectivo, mas se assim é, porque é que tenho medo de seguir em frente? Sinto que não sou capaz, única e simplesmente! Sinto que não vou conseguir dar o que sempre quis, da maneira mais natural possível.
E porque é que sinto falta de uma coisa que nunca tive a sério? Porque é que uma coisa que nunca experimentei, de verdade, me faz tanta aflição, me mete tanto medo, me deixa assim tão desanimado?
Eu vivo os melhores dias da minha vida. Estou com a pessoa que amo, estou com a pessoa que me faz sentir como nunca me tinha sentido antes. Sinto-me mais eu, e sinto que, afinal, até posso ser “útil” e importante para alguém, mesmo que isso não seja bem a minha filosofia de vida. Sinto que neste momento tenho tudo para poder fazer uma família, para poder começar com uma vida nova, mas não o posso fazer!  A música, o trabalho, as aulas, já me dizem pouco quando penso nela. Eu tenho, e alcancei-o por mérito próprio, o que quero para a minha vida! 
Quando se começa a pensar só em si e nas suas ideias provoca-se um estado emocional muito fechado, muito fixo. Eu abri o meu de tal forma que, se pudesse voltar atrás, faria quase tudo igual, Talvez mudasse uma coisa: o facto de ter pensado que era eu a fazer tudo isto.